PROFISSIONAIS DE MARCENARIA DENUNCIAM FALTA DE OPORTUNIDADES DE TRABALHO APÓS FORMAÇÃO
Jovens formados em marcenaria manifestam insatisfação pela falta de oportunidades de emprego, após a conclusão do curso.

Terminar os estudos e trabalhar na área de formação é o sonho de qualquer profissional que almeja a realização daquilo que projectou para si. No entanto, esse sonho tem-se revelado um verdadeiro desafio para muitos angolanos nos últimos anos.
Um grupo de jovens formados em marcenaria, em 2020, revelou enfrentar até hoje grandes dificuldades para ingressar no mercado de trabalho, apontando que, “por falta de oportunidades”, alguns colegas têm-se desviado para outras áreas profissionais.
Paulo Hilário, de 36 anos, residente no bairro Km 30, em Benfica, e marceneiro de profissão há vários anos, contou ao Ponto de Situação que o enquadramento nas empresas, sejam privadas ou estatais, constitui um grande obstáculo para os jovens.
Já Tchissingui Otchale, também formado em marcenaria, acredita que a falta de oportunidades tem sido um dos factores que alimenta o aumento da criminalidade em Luanda.
O jovem, que acabou por se tornar professor de matemática, afirmou que, devido à ausência de emprego na sua área de formação, sentiu-se obrigado a abrir aulas de explicação em casa.
Paula João, formada em marcenaria há seis anos, conseguiu trabalhar na área de carpintaria numa empresa de construção civil, mas afirma que o percurso não foi fácil.
A jovem recorda que enfrentou resistência da própria família, por se tratar de uma profissão maioritariamente exercida por homens.