APÓS ESPECULAÇÕES: ANATA ESCLARECE QUE VICE-PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO ESTÁ EM SEGURANÇA

A Associação Nacional dos Taxistas de Angola (ANATA) informou, na noite de quarta-feira, 30 de Julho, que o seu vice-presidente, Rodrigo Luciano Catimba, encontra-se saudável e em segurança.

O esclarecimento surge após a sua última aparição pública, no domingo, 27 de Julho, aquando do anúncio da paralisação de três dias dos taxistas, na qual, em nome dos demais líderes da ANATA, comunicou que a classe iria aderir à greve e permanecer em casa. Após esse momento, seguiu-se um prolongado silêncio, que deu origem a várias especulações quanto ao seu paradeiro.

Correram rumores de que Rodrigo Catimba teria sido sequestrado ou que existiria contra si um mandado de captura. A ausência de informações oficiais alimentou dúvidas e incertezas no seio da opinião pública.

Na quarta-feira, 30 de Julho, o Departamento de Comunicação Institucional e Marketing da ANATA assegurou, por via de um comunicado, que o dirigente se encontra "em segurança e sob protecção da sua integridade física e moral".

Numa tentativa de dissipar os boatos, Rodrigo Catimba surgiu, num vídeo divulgado nas redes sociais, onde reafirmou que, até ao momento, a direcção da ANATA não recebeu qualquer notificação formal sobre a existência de um processo-crime contra si ou contra qualquer outro responsável da associação, relativamente às consequências resultantes da paralisação dos taxistas.

“Estamos disponíveis para colaborar com as autoridades no que for necessário”, afirmou. Na mesma ocasião, apelou aos taxistas para regressarem ao trabalho com responsabilidade e civismo.

Durante os três dias de greve, registou-se uma onda de protestos espontâneos, protagonizados por cidadãos, maioritariamente jovens, que vandalizaram bens públicos e privados, chegando inclusive ao saque de estabelecimentos comerciais.

Entre os dias 28 e 30 de Julho, em Luanda, Icolo e Bengo, Huambo, Benguela e Malanje, verificaram-se confrontos entre populares e agentes da Polícia Nacional.

Os actos resultaram em várias mortes, detenções, feridos e na destruição de património pertencente a instituições públicas e privadas.

Em Luanda, os táxis pararam por completo, o que forçou muitos cidadãos a permanecerem em casa ou a deslocarem-se a pé por longas distâncias.

O ambiente de tensão continua a fazer-se sentir e leva ainda muitos a optarem por não sair à rua.

Durante os protestos, muitos dos quais degeneraram em actos de pilhagem, o ministro do Interior, Manuel Homem, declarou  à margem da 7.ª Sessão Ordinária do Conselho de Ministros, realizada também a 30 de Julho, que os municípios mais afectados foram Cacuaco, Viana, Belas, Cazenga, Maianga, Camama e Kilamba-Kiaxi.

“A situação de segurança pública no país é calma. Os órgãos do Ministério do Interior estão mobilizados, com forças e meios, para garantir a estabilidade que se impõe”, afirmou o ministro.

Manuel Homem dirigiu ainda um apelo à comunidade estrangeira residente em Angola, garantindo que as autoridades continuam empenhadas em assegurar a ordem pública e a normalidade da vida social.

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