FUNGO RESISTENTE À MEDICAMENTOS PROPAGA-SE NOS HOSPITAIS DOS PAÍSES EUROPEUS

Em uma conferência de imprensa, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) alertou a existência de um fungo capaz de resistir à medicamentos, que se propaga no interior dos hospitais de alguns países europeus.

FUNGO RESISTENTE À MEDICAMENTOS PROPAGA-SE NOS HOSPITAIS DOS PAÍSES EUROPEUS

Na passa quinta-feira, 11, o ECDC divulgou um comunicado a alertar a existência de um fungo de nome Candidozyma auris ou simplesmente C. auris, que tem invadido os hospitais de alguns países na Europa e, pelo que foi constactado, facilmente esquiva-se de medicamentos destinados a matá-lo.

De acordo com a informação avançada pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), as infecções causadas pelo fungo podem ser perigosas, com agravante para pessoas já doentes.

As autoridades sanitárias somaram, entre 2013 e 2023, mais de 4.000 casos registados na União Europeia e nos países vizinhos. No entanto, de acordo com o inquérito de 2024 da agência da União Europeia para identificar as ameaças para a saúde devido a doenças, “o número de casos está a aumentar, os surtos estão a crescer em escala e vários países dão conta de uma transmissão local contínua”.

Durante a conferência de imprensa, o chefe da equipa de resistência antimicrobiana e infecções associadas aos cuidados de saúde do ECDC, Diamantis Plachouras, afirmou que nalgumas partes da Europa, o fungo está tão disseminado, que já não é possível distinguir entre surtos, “é quase endémica em ambientes hospitalares”.

Dentre os países afectados, Espanha, Grécia, Roménia e Alemanha registam o maior número de casos. O órgão europeu cita que alguns países demonstraram “resultados positivos na limitação de surtos de C. auris”, inquietando a existência de lacunas importantes em muitos outros.

“Apesar do aumento do número de casos, apenas 17 dos 36 países participantes possuem actualmente um sistema nacional de vigilância para o C. auris” e “apenas 15 desenvolveram orientações nacionais específicas para a prevenção e controlo de infeções”, destacou Diamantis.

De acordo com o ECDC, a capacidade do fungo de sobreviver em superfícies e equipamento médico e de se propagar rapidamente entre os doentes torna difícil o seu controlo. 

O chefe da equipa de resistência alerta que nem todos os desinfectantes hospitalares comuns funcionam contra ele, o que significa que a limpeza regular não é o bastante para impedir a sua propagação.

O especialista declara ainda que a C. auris não apresenta um conjunto comum de sintomas, embora as pessoas infectadas tenham febre e arrepios, os sintomas podem variar consoante a infecção, seja numa ferida ou nos ouvidos.

As autoridades alertam à temeridade da situação e apelam aos países que tomem cuidados redobrados, a fim de conter a disseminação do fungo.

Vale lembrar que o fungo foi registado pela primeira vez no Japão em 2009.

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