LÍDER DA RÚSSIA QUER CORTAR DESPESAS MILITARES
O presidente russo, Vladimir Putin, declarou na sexta-feira, 27 Junho, que a Rússia está a estudar formas de excluir os gastos militares do orçamento do próximo ano, contrariando a intenção anunciada pela OTAN de aumentar os investimentos na defesa nos tempos vindouros.

As declarações de Putin, no entanto, deverão ser recebidas com ceticismo no Ocidente, uma vez que Moscovo aumentou de forma expressiva os gastos com defesa desde o início da guerra na Ucrânia.
De acordo com informações veiculadas pela média internacional, o conflito não apresenta sinais de resolução e, pelo contrário, tem-se intensificado nas últimas semanas. As negociações entre Moscovo e Kiev continuam sem progressos visíveis rumo a um cessar-fogo duradouro.
"A Rússia aprecia os esforços do presidente dos EUA, Donald Trump, para pôr fim à guerra", disse Putin. “Ele afirmou recentemente que é mais difícil do que parecia do lado de fora. Isso é verdade”, reconheceu o líder russo.
Por seu lado, Donald Trump disse esta semana acreditar que Putin pretende encontrar uma solução para o conflito. No entanto, tanto a Ucrânia como os seus aliados europeus mantêm a convicção de que o Kremlin não está genuinamente interessado num acordo de paz e que o objectivo russo permanece a conquista de mais território.
Putin referiu ainda que os negociadores russos e ucranianos continuam em contacto regular e que Moscovo está pronta para devolver os corpos de mais de três mil soldados ucranianos caídos em combate.
Desaceleração Económica e Orçamento em Alerta
A economia russa enfrenta uma significativa desaceleração no crescimento, agravada pela pressão orçamental devido à quebra nas receitas provenientes da energia. O Banco Central tem procurado conter a inflação, que subiu em consequência directa do esforço de guerra.
Segundo dados divulgados esta sexta-feira, 27, pela média internacional, a Rússia prevê aumentar em 25% os gastos com a defesa nacional em 2025, alcançando 6,3% do Produto Interno Bruto — o nível mais elevado desde a Guerra Fria. Os gastos militares representam já 32% do orçamento federal do próximo ano.
“As fábricas de armamento têm operado 24 horas por dia nos últimos anos, e o Estado tem investido fortemente em bónus para atrair soldados e em indemnizações às famílias”, declarou Putin.
O presidente admitiu que os aumentos orçamentais na defesa contribuíram para o agravamento da inflação. De acordo com os dados mais recentes, o Ministério das Finanças reviu em alta a estimativa de défice orçamental para 2025, passando de 0,5% para 1,7% do PIB. Esta revisão deve-se à queda de 24% nas receitas energéticas previstas, sendo que o governo russo tenciona recorrer às reservas fiscais para equilibrar o orçamento deste ano.