TRUMP APRESENTA UMA ÚNICA FOTOGRAFIA NAS VÉSPERAS DE UMA CIMEIRA

Na véspera de uma cimeira crucial, destinada a validar um investimento geracional na defesa da NATO, Donald Trump apresentou uma única fotografia, uma mensagem efusiva assinada por Mark Rutte, escrita ao estilo de uma cópia a papel químico do próprio Trump.

TRUMP APRESENTA UMA ÚNICA FOTOGRAFIA NAS VÉSPERAS DE UMA CIMEIRA

No dia seguinte, Rutte reforçou os comentários, afirmando que Trump merecia crédito pelas suas acções relativamente ao Irão e à NATO.

 Segundo Rutte, o antigo presidente americano superou a incredulidade de muitos observadores quanto ao seu tom aparentemente conciliatório. E, à medida que a cimeira avançava, crescia a sensação de que Trump poderia ter orquestrado um golpe de mestre diplomático.

“Está a voar para outro grande sucesso em Haia”, lia-se na mensagem de Rutte.

Rutte, antigo primeiro-ministro holandês, não é estranho às relações com Trump, tendo utilizado o seu charme político em diversas visitas a Washington D.C., durante o primeiro mandato do magnata republicano.

Segundo a média internacional, foi divulgada uma imagem descontraída e relaxada de Rutte, com o seu sorriso de menino característico nunca longe do rosto, uma ofensiva de charme dirigida não só a Trump, mas a vários líderes da NATO.

 “A Europa vai pagar em grande, como deve, e a vitória será sua”, acrescentava a mensagem.

Embora o mundo diplomático já se tenha moldado às imprevisíveis regras da Casa Branca de Trump, este episódio ultrapassou o habitual.

“Vai conseguir algo que nenhum presidente americano conseguiu em décadas”, terá dito um alto responsável da NATO.

O presidente francês, Emmanuel Macron, construiu com Trump um "bromance" turbulento. Por sua vez, o presidente finlandês, Alex Stubb, criou laços com Trump durante partidas de golfe, e a primeira-ministra italiana de extrema-direita, Giorgia Meloni, ganhou a reputação de ser motivo de murmúrio entre os confidentes de Trump. “É uma mulher fantástica”, afirmou Trump.

A assinatura de Rutte, apenas com o apelido, poderia indicar uma relação menos amistosa. O mesmo ficou patente numa das respostas de Trump, na conferência de imprensa de quarta-feira: “Acho que ele gosta de mim. Se não gostar, eu digo-vos. Vou voltar e vou bater-lhe com força.”

A decisão de Trump de atacar o programa nuclear iraniano foi considerada “excessivamente admirável”, nas palavras do chefe da NATO. “O sinal que envia ao resto do mundo é que este presidente, quando se trata do essencial, sim, é um homem de paz — mas, se necessário, está disposto a usar a força.”

De acordo com dados divulgados pela média internacional na terça-feira, 24, as intervenções de Rutte durante a cimeira ajudaram a moderar os acessos de Trump, suavizando a sua aterragem política depois de duras declarações sobre o Irão e a mais recente troca de mísseis entre Israel e Teerão, que inundaram as manchetes globais.

Em tom jocoso, Rutte lançou um comentário em frente às câmaras de todo o mundo:
“O papá, às vezes, tem de usar uma linguagem forte”, disse, ao lado de Trump, depois de este descrever o conflito Irão-Israel como “duas crianças à bulha”.

Horas depois, Rutte esclareceu que não se referia a Trump como “papá”, mas que usava apenas uma metáfora.