ESTUDO CIENTÍFICO ENALTECE A COMPLEXIDADE DO EMBRIÃO HUMANO

A especialista brasileira, Débora Carvalho Meldau, licenciada em Medicina Veterinária, considera que o embrião é uma estrutura originária da fertilização, constituindo o ponto de partida para o desenvolvimento da vida humana.

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Segundo a médica, logo após a fertilização, a célula formada é denominada zigoto. Este começa a dividir-se em múltiplas células, dando início à formação de diversos tecidos e órgãos. Nesta fase, passa a ser designado embrião.

A investigação desenvolvida por Débora Meldau revela que, até ao final da oitava semana após a fertilização, o processo é conhecido como clivagem fenómeno que se inicia cerca de 30 horas após a fecundação, com a formação dos primeiros blastómeros.

Cerca de 45 horas depois da fertilização, o zigoto atinge o estádio de quatro blastómeros. Três dias após a fecundação, chega-se ao estádio de 12 a 16 blastómeros, momento em que a estrutura é denominada mórula, uma massa compacta de células.

O embrião resulta da fecundação do óvulo (gameta feminino) por um espermatozóide (gameta masculino). Durante a clivagem, esta estrutura desloca-se pela tuba uterina até ao útero, fase em que ocorre a transição para a implantação.

De acordo com a médica, após atingir o útero, a mórula começa a absorver fluidos uterinos. Cerca de quatro dias depois, surgem pequenos espaços cheios de líquido. O rearranjo celular subsequente forma uma estrutura semelhante a um botão, com uma cavidade líquida no interior, formando-se assim o blastocisto.

Fase do blastocisto

Nesta fase, as células periféricas formam o trofoblasto, enquanto o botão polar origina o embrioblasto, e a cavidade líquida constitui a blastocele. O trofoblasto contribuirá para o desenvolvimento da placenta, e o embrioblasto dará origem ao embrião.

Entre o quinto e o sexto dia, o blastocisto estabelece contacto com o epitélio do endométrio. Ao final da primeira semana, inicia-se a implantação superficial no tecido uterino.

“A implantação começa sempre pelo pólo embrionário”, sublinha a veterinária.

Segundo Débora Meldau, acredita-se que o epiblasto embrionário contém todas as células que irão formar o embrião.

Ainda segundo a especialista, ao final da segunda semana, o sistema circulatório materno passa a envolver o embrião, ligando-se às veias que este desenvolve com vista à formação da placenta. No décimo dia, o concepto encontra-se completamente implantado no endométrio e ligado ao saco vitelino.

“Este, por sua vez, auxilia na transferência de nutrientes e contribui para o desenvolvimento das veias sanguíneas”, explicou.

Gastrulação e formação da mesoderme

Na terceira semana tem início a gastrulação, processo fundamental para a formação da mesoderme intra-embrionária, do tubo neural e do sistema cardiovascular do embrião.

A médica garante que, a partir da quarta semana, começa a delinear-se a forma do corpo: o coração emerge como uma saliência no tórax e inicia o bombeamento do sangue. A cabeça do embrião adquire uma dimensão desproporcionadamente maior em relação ao resto do corpo.

“Ainda existe uma pequena cauda; os braços já são visíveis, e no final da semana começam a formar-se as pernas, os olhos e as orelhas”, refere.

Crescimento do embrião

Durante a quinta semana, as alterações tornam-se mais subtis. O cérebro cresce rapidamente, fazendo com que a cabeça continue a aumentar. Os braços assumem uma forma semelhante a pás, enquanto as pernas se assemelham a pequenas nadadeiras.

Entre a quinta e a oitava semana, o embrião adquire progressivamente a sua forma final. Desenvolvem-se os braços, cotovelos e joelhos, o nariz torna-se perceptível, e o embrião mede cerca de 2,5 centímetros.

Ao início da nona semana, o concepto passa a ser designado como feto, entrando na fase de desenvolvimento que culminará no nascimento.