EM LUANDA: FALTA DE GÁS GERA ONDA DE RECLAMAÇÕES E OBRIGA POPULAÇÃO A RECORRER AO CARVÃO

A cidade de Luanda está a enfrentar, desde há mais de duas semanas, uma crise no fornecimento de gás butano, obrigando centenas de famílias a recorrer ao carvão como alternativa para cozinhar. 

EM LUANDA: FALTA DE GÁS GERA ONDA DE RECLAMAÇÕES E OBRIGA POPULAÇÃO A RECORRER AO CARVÃO
EM LUANDA: FALTA DE GÁS GERA ONDA DE RECLAMAÇÕES E OBRIGA POPULAÇÃO A RECORRER AO CARVÃO

Esta quinta-feira, 7 de Agosto, moradores da capital voltaram a manifestar o seu descontentamento, denunciando a escassez do produto e a especulação de preços por parte de revendedores.

Na Vila da Gamek, bairro onde o Ponto de Situação esteve na manhã desta quinta-feira, 8 de Agosto, o cenário é de longas filas, exaustão e frustração colectiva. Populares relatam que a situação se vem agravando diariamente, afectando sobretudo mulheres, idosos e adolescentes que se arriscam pelas ruas em busca de uma solução.

“Há revendedores a vender a garrafa de gás laranja por 4 mil kwanzas. Isso é um abuso, uma prática reprovável!”, denunciou Maura João, residente no bairro Catinton. A moradora afirma que o problema não é novo, mas agravou-se nos últimos dias.

No bairro conhecido como Fábrica de Blocos, a procura pelo gás é tal que muitos atravessam vias movimentadas em verdadeira corrida, com o risco de vida à mistura.

 “Cheguei aqui às cinco da manhã e até agora não fui atendida. Já são nove e meia. E não posso fazer nada!”, desabafou uma jovem visivelmente cansada.

No total, mais de uma centena de pessoas percorriam esta quinta-feira,  as ruas do Catinton, empunhando botijas vazias, à espera de reabastecimento.

Avelina Diogo, outra moradora afectada, conta que saiu de casa às 6h00, na esperança de conseguir uma garrafa de gás, depois de cinco dias a cozinhar no carvão.

“Vim do bairro 28 de Agosto até à Gamek. Não consegui. Há uma morosidade gritante no atendimento e, quando há gás, aparece logo gente a vender a preços exorbitantes, entre 3 mil  e 4 mil kwanzas por garrafa”, lamentou.

Segundo relatos recolhidos no local, o fornecimento irregular e o alegado favorecimento de intermediários alimentam a tensão e revolta da população.

A Vila da Gamek, tal como outros bairros periféricos da capital, parece estar a ser esquecida no circuito de distribuição.

Os interlocutores afirmam que a situação exige uma intervenção célere das autoridades competentes, sob risco de se transformar numa crise de maior dimensão.

LEIA TAMBÉM: CORRIDA AOS BENS ALIMENTÍCIOS APÓS PARALISAÇÃO DOS TAXISTAS NUM CENÁRIO DE ESPECULAÇÃO DE PREÇOS