EXECUTIVO ANGOLANO APROVA MEDIDAS DE APOIO ÀS EMPRESAS VANDALIZADAS APÓS GREVE DOS TAXISTAS
O Presidente da República, João Lourenço, anunciou esta sexta-feira, 1 de Agosto, a aprovação de medidas de apoio às empresas vandalizadas durante os actos de violência ocorridos na sequência da recente greve dos taxistas em Luanda.
O Chefe de Estado sublinhou que o direito à greve e à manifestação está consagrado na Constituição e na lei, “desde que exercido com o propósito legítimo de reclamar direitos ou protestar contra violações por parte dos poderes públicos ou entidades patronais”.
No entanto, condenou com veemência os acontecimentos registados desde segunda-feira, descrevendo-os como “actos premeditados de destruição de património público e privado”. Referiu-se a casos de assaltos e pilhagens de estabelecimentos comerciais, intimidações a cidadãos para não circularem ou irem trabalhar, incluindo aqueles que não pertencem à classe dos taxistas, que foi a única a declarar greve oficialmente.
“Condenamos veementemente tais actos criminosos. Lamentamos profundamente a perda de vidas humanas”, declarou João Lourenço, endereçando, em seu nome e do Executivo, sentidas condolências às famílias enlutadas e desejando rápidas melhoras aos feridos.
O presidente afirmou que as forças da ordem actuaram dentro do quadro legal das suas obrigações, tendo restabelecido a ordem pública e permitido o retorno à normalidade. Contudo, deplorou o impacto dos acontecimentos, que atribuiu à acção de “cidadãos irresponsáveis, manipulados por organizações antipatrióticas, nacionais e estrangeiras, através das redes sociais”.
A mensagem dirigida à Nação destaca que a greve geral dos taxistas provocou luto, destruição de bens, escassez de bens essenciais, perturbação dos serviços à população e aumento do desemprego entre os trabalhadores dos estabelecimentos vandalizados.
João Lourenço agradeceu o empenho das Forças da Ordem, dos profissionais de Saúde e dos órgãos da Justiça, que acorreram prontamente aos feridos, bem como o posicionamento público de partidos políticos, igrejas e organizações da sociedade civil que condenaram, sem ambiguidades, a violência registada.
“Vinte e três anos depois do fim do conflito armado, e no ano em que comemoramos meio século de Independência, não podemos aceitar mais dor e luto entre os angolanos”, advertiu.
Estado reconhece desafios sociais
Reconhecendo que ainda subsistem graves problemas sociais, o presidente reafirmou o compromisso do Executivo com o investimento em Saúde, Educação, Habitação e criação de empregos para a juventude, destacando a admissão de profissionais e as obras públicas em curso, como as barragens e infra-estruturas nas províncias do sul do país.
Sublinhou ainda que o Estado não pode ser o único empregador, sendo essencial o papel do sector privado, das cooperativas e do autoemprego na geração de postos de trabalho.
O Chefe de Estado advertiu que actos de vandalismo e sabotagem à economia só contribuem para afugentar o investimento privado, reduzindo a oferta de serviços e empregos, e agravando a situação social.
“Este episódio revela que a educação dos nossos filhos e jovens não está nas redes sociais sem rosto, mas na família, na escola e na comunidade”, reforçou.
Apelo à responsabilidade colectiva
João Lourenço defendeu uma acção coordenada entre o Estado, famílias, igrejas e organizações da sociedade civil, no sentido de reforçar a educação cívica, moral e académica dos jovens.
Concluiu o seu discurso com uma mensagem de firmeza e alerta:
“Quem quer que tenha orquestrado esta acção criminosa saiu derrotado. Ajudou-nos a todos a repensar as nossas estratégias e a preparar medidas preventivas, para melhor reagirmos em caso de reincidência, minimizando os danos sobre as pessoas e o património nacional.”