FUNCIONÁRIOS EXPÕEM MÁS CONDIÇÕES DE TRABALHO NA FÁBRICA DE PLÁSTICO “DON MONG”

Trabalhadores da Fábrica de Plástico Don Mong (DN), localizada no município de Belas, Comuna do Cabolombo, queixam-se de péssimas condições laborais e de excesso de carga horária, situação que afirmam arrastar-se há vários anos.

FUNCIONÁRIOS EXPÕEM MÁS CONDIÇÕES DE TRABALHO NA FÁBRICA DE PLÁSTICO “DON MONG”

Na manhã desta segunda-feira, 27 de Outubro, pelas 11h30, a equipa do Ponto de Situação chegou ao bairro 40, neste território de Luanda, numa altura em que a chuva começava a dar o seu primeiro sinal.

Entre as principais reivindicações apresentadas pelos trabalhadores constam a falta de alimentação e o excesso de horas de trabalho. Segundo apurou o Ponto de Situação, os funcionários lamentam a situação precária em que vivem e trabalham diariamente.

Desde 2019 até ao presente ano, a realidade pouco mudou. Malongo (nome fictício), funcionário da empresa há seis anos, denuncia que os descontos salariais são feitos de forma injusta.

“Quando estamos doentes, mesmo com justificativo médico, somos descontados no salário”, explicou.

Malongo relata ainda que o primeiro turno inicia às 5h30 e termina às 17h30, enquanto o segundo turno decorre das 17h30 às 5h30. O salário mensal, segundo o trabalhador, é de 75 mil kwanzas, sem direito a alimentação.

No período matinal trabalham cerca de trinta funcionários, número idêntico ao do turno nocturno.

“Estamos mesmo mal. Trabalhamos todos os dias, de segunda a domingo. Só ao domingo largamos ao meio-dia”, contou Fernando João.

A residente Audmira Cassoba, de 17 anos, moradora do bairro 40, confirma que a presença da fábrica é motivo de constante inquietação entre os moradores.

“Somos obrigados a fechar portas e janelas por causa do cheiro e das moscas. Há mais de um ano que vivemos com este problema. Os mais afectados são os trabalhadores da fábrica”, denunciou.

Audmira defende a retirada da fábrica do bairro, alegando que o ambiente é insuportável e que o cheiro nauseabundo afecta o bem-estar da população local.

“Os responsáveis são chineses, mas o dono propriamente não sei”, acrescentou.

Outra moradora, que preferiu não se identificar, reforçou ao Ponto de Situação que a empresa tem causado vários constrangimentos aos residentes da zona verde.

“Remover a fábrica talvez não seja a melhor solução, mas continuar assim também não faz sentido”, comentou.

A mesma fonte acusa a direcção da empresa de violar os direitos dos trabalhadores, acrescentando que a criminalidade na zona verde tem aumentado, situação que associa ao abandono das autoridades competentes.

Os trabalhadores estão expostos a riscos de doenças respiratórias, devido aos produtos químicos utilizados na produção, e também à má conservação dos alimentos.

“Eles comem funge vendido na rua, muitas vezes em mau estado. Para quem faz um trabalho tão pesado, isso é perigoso”, advertiu uma das fontes.

A jovem estudante acrescentou ainda que a fábrica contribui para a poluição sonora no município de Belas, particularmente no bairro 40, Cabolombo.

De salientar que os trabalhadores exercem actividade em regime de turnos, sendo o primeiro das 5h30 às 17h30, e o segundo das 17h30 às 5h30 do dia seguinte.

A nossa equipa de Reportagem contactou um dos chefes de equipa, que se recusou a prestar declarações.

SAIBA TAMBÉM:COM 92 ANOS PAUL BIYA CONTINUA NA LIDERANÇA DOS CAMARÕES ATÉ 2029