JOVEM MORRE APÓS DIAGNÓSTICO ERRADO NO HOSPITAL UNIMED

Camila Messias Moraes, auxiliar administrativa, morreu vítima de uma paragem cardiorrespiratória no Hospital Unimed, após ter sido diagnosticada com uma crise de ansiedade por uma especialista em electrocardiograma.

JOVEM MORRE APÓS DIAGNÓSTICO ERRADO NO HOSPITAL UNIMED

Segundo o portal Metrópoles, Camila procurou atendimento médico no dia anterior à sua morte, no Hospital Unimed, na Asa Sul, já a apresentar sintomas compatíveis com enfarte. Apesar disso, foi-lhe diagnosticado um quadro de stress e crise de ansiedade.

Após os exames realizados, foi-lhe recomendada a alta e o regresso a casa. No dia 25 de Junho, Camila voltou a sentir-se mal, dando novamente entrada no hospital com dores no peito e dormência (sonolência) nas pernas. Foi medicada e, poucas horas depois, voltou a ser enviada para casa.

Contudo, uma autópsia conduzida pelo Instituto de Medicina Legal (IML) concluiu que Camila estava, de facto, a sofrer um enfarte. Três dias depois, não resistiu.

A causa da morte, segundo o relatório, foi um tamponamento cardíaco, acumulação de pressão no coração, e ruptura de aneurisma da artéria aorta.

Em comunicado, a Unimed (CNU), entidade gestora do hospital, confirmou que, após a realização de um electrocardiograma, Camila foi classificada como paciente de baixo risco, sem factores cardiovasculares relevantes. No entanto, segundo a família, o exame apresentava alterações que foram ignoradas.

“O médico tratou como se fosse apenas uma crise de ansiedade e não pediu exames complementares”, denuncia a irmã, Amanda Moraes, supervisora de 28 anos.

A família afirma que os profissionais de saúde minimizaram os sintomas por preconceito. “Disseram ao meu primo, que é enfermeiro, que acharam que a Camila era só mais uma miúda a querer atestado para faltar ao trabalho”, acrescentou Amanda.

O Metrópoles teve acesso ao electrocardiograma, no qual consta a indicação de uma “possível anomalia no átrio direito”. Ainda assim, Camila foi medicada apenas com prednisolona (corticóide), dipirona (analgésico e antipirético), ibuprofeno (anti-inflamatório) e simeticona (para desconforto gastrointestinal).

Tati Moraes, prima da jovem e promete manter a denúncia, porque o exame tinha alteração e foi ignorado.

A família registou um boletim de ocorrência na 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia) para apurar uma eventual negligência médica. Caso as investigações confirmem falhas, os familiares pretendem também avançar com uma acção judicial contra o hospital.

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