MANIFESTANTES INCENDEIAM PARLAMENTO DO NEPAL

A onda de protestos no Nepal tem vindo a crescer e atingiu esta terça-feira, 9 de Setembro, um ponto crítico, com centenas de manifestantes a invadirem e incendiarem o Parlamento local, em contestação à decisão do governo de bloquear as redes sociais.

Os incidentes, registados em várias cidades do país, já levaram à demissão do primeiro-ministro Sharma Oli, que será substituído nos próximos dias. 

Para além da oposição ao bloqueio das plataformas digitais, os manifestantes denunciam também o aumento da corrupção e exigem medidas concretas das autoridades.

“Centenas de pessoas invadiram o recinto do Parlamento e incendiaram o edifício principal”, declarou Ekram Giri, porta-voz do órgão legislativo, citado pela agência France-Presse (AFP).

O governo justificou o bloqueio das redes sociais com a necessidade de travar abusos online, como perfis falsos, discursos de ódio, desinformação e fraudes digitais. No entanto, a população viu a medida como um atentado à liberdade de expressão, num país onde 90% da população tem acesso à internet.

Sob o lema “bloqueiem a corrupção, não as redes sociais”, jovens e estudantes têm liderado os protestos, que rapidamente se alastraram para além da capital, Catmandu, tornando-se na mais grave crise política no Nepal desde a queda da monarquia em 2008.

 LEIA MAIS EM AUMENTO DA REVOLTA POPULAR NO NEPAL: CORTE E CASAS DE MINISTROS EM CHAMAS