OPINIÃO PÚBLICA QUANTO AOS TRÊS DIAS DE PARALISAÇÃO DOS TAXISTAS
O Ponto de Situação saiu às ruas de Luanda, nas primeiras horas desta terça-feira, 22 de Julho, com o intuito de recolher reacções relativamente aos três dias de paralisação do serviço de táxi, agendados para o período de 28 a 30 do corrente mês.
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Numa manhã em que o céu se apresentava parcialmente nublado e a temperatura rondava os 21 graus centígrados, observava-se um movimento tímido nas estradas: paragens vazias, escassos passageiros e muitos a deslocarem-se a pé rumo a diferentes pontos da cidade.
Paulino Manuel Zua, técnico de frio de 37 anos, natural do município da Katepa, província de Malanje, afirmou que a paralisação convocada pelos taxistas poderá, de certo modo, beneficiar a sociedade. Contudo, reconhece que os três dias representarão um duro golpe na mobilidade dos trabalhadores.
Já Domingos Henriques, estudante, considera excelente a iniciativa dos taxistas, embora acredite que não surtirá efeito.
Por sua vez, Figueredo Frederico, taxista com larga experiência, relatou que a recente subida do preço dos combustíveis trouxe sérios transtornos à classe. “Basta ver nas ruas. As pessoas já não andam nos ‘azuis e brancos’, preferem os autocarros. Estamos mal”, desabafou.
Para Frederico, é fundamental que todos os taxistas participem da paralisação organizada pelo sector.
Acção de impacto Social
O sociólogo Benedito Carlos analisou a medida como uma acção de impacto social que visa chamar a atenção para o agravamento das condições de vida.
“Com a subida do combustível, as dificuldades serão ainda maiores. Vivemos num país onde o salário mínimo não acompanha o encarecimento contínuo dos bens e serviços. Não há estabilidade para suportar esta realidade”, sublinhou.
O especialista reiterou que o aumento do preço das corridas de táxi irá afectar profundamente o quotidiano da população.
“A tendência é a subida generalizada de preços, da alimentação aos serviços. Será inevitável”, alertou.
Negociação para redução da tarifa
Benedito Carlos defende a adopção de medidas que passem pelo diálogo entre as partes envolvidas, com o envolvimento das associações de taxistas e da sociedade civil, de modo a alcançar soluções equilibradas.
Para ele, o diálogo constante é essencial, mas, na ausência de consenso, a manifestação pacífica revela-se uma alternativa legítima.
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