CASO DE ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA E FINANCIAMENTO AO TERRORISMO EM ANGOLA: DOIS CIDADÃOS RUSSOS ENTRE OS DETIDOS

Após a detenção de três cidadãos angolanos,  entre os quais um jornalista da TPA e um militante da UNITA, acusados de associação criminosa, falsificação de documentos, terrorismo e financiamento ao terrorismo, o Serviço de Investigação Criminal (SIC) revelou que, no mesmo processo, estão igualmente implicados dois alegados cidadãos russos.

A privação de liberdade dos cinco suspeitos ocorreu na quinta-feira, 7 de Agosto, em Luanda. No caso específico do profissional  da Televisão Pública de Angola, a detenção aconteceu por volta das 9h00, na redacção do canal, quando o jornalista desportivo Emiliano Carlos Tomé se encontrava a trabalhar.

Já a detenção secretário nacional da mobilização da Juventude Unida Revolucionária de Angola (JURA), organização juvenil da UNITA, Oliveira Francisco, ocorreu na sua residência.

Num comunicado a que a redacção do Portal Ponto de Situação teve acesso, o SIC informou, esta sexta-feira, 8 de Agosto, que, no mesmo dia, foram também detidos dois indivíduos de nacionalidade russa, com 38 e 64 anos.

O SIC refere existirem “fortes indícios da prática dos crimes de associação criminosa, falsificação de documentos, terrorismo e financiamento ao terrorismo, consubstanciados no recrutamento e financiamento de cidadãos nacionais para a produção de matérias de propaganda e difusão de informações falsas nas redes sociais, promoção de manifestações e pilhagem”.

Segundo a investigação do Serviço de Investigação Criminal, os suspeitos estarão ligados a organizações criminosas internacionais que actuam em África e se dedicam à elaboração de estratégias de campanhas de desinformação e propaganda nas redes sociais, direccionadas a países em pré-campanha ou em campanha eleitoral, legislativa ou presidencial, visando a mudança de regimes legalmente estabelecidos por via da alteração da ordem pública.

Como elementos de prova, o SIC aponta computadores de diversas marcas, cartões de memória, discos rígidos externos, pen drives, vários telemóveis, cartões SIM, documentos e recibos de transferências financeiras, todos relacionados com a actividade criminosa.

O órgão garante ainda ter apreendido dinheiro em dólares norte-americanos, kwanzas, rublos e outra moeda russa, sem especificar os montantes.

Para além dos detidos, há relatos da existência de mais indivíduos identificados no âmbito deste processo, que terão recebido fundos para financiar manifestações nas províncias de Luanda e Benguela.

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