SERÁ QUE A PAIXÃO PELA CULINÁRIA TEM A VER COM O GÉNERO?
Jovens em Luanda dividem opiniões sobre quem tem mais dotes na cozinha: homens ou mulheres? Uns defendem que, a nível profissional, são os senhores, outros inclinam-se a favor das senhoras.

A presença de ambos os géneros no universo da gastronomia tem vindo a crescer, como espelham os entrevistados. Mas a dúvida, para muitos, está em saber quem lidera no que toca à melhor confecção dos alimentos.
António Gaspar, de 39 anos, funcionário público natural de Malange, classifica as senhoras como sendo as melhores, alegando que já nascem com dotes de cozinheiras.
Sorridente, referiu que, por vezes, cozinha em casa, mas não passa do “arroz doce”. Todavia, quando se trata de “comer bem”, atribui toda a responsabilidade à esposa.
Evelina Arsénio, de 29 anos, educadora de infância natural de Luanda, afirmou que o papel da mulher tem sido, em alguns casos, reduzido à missão de cuidar do lar, o que inclui, naturalmente, a cozinha.
“É notório que, actualmente, existam muitos homens na gastronomia, mas o número de mulheres é maior”, frisou a nossa entrevistada.
Há quem diga que, hoje em dia, os maiores chefes de cozinha em restaurantes e hotéis são homens, como afirma dona Augusta Antónia, de 45 anos, governanta há dez anos.
“Ninguém nasce com o dom da culinária, tudo se aprende”, declarou Augusta Antónia.
A mesma acrescentou que, hoje, 50 por cento dos homens estão inseridos no mundo da gastronomia, algo que antes era um tabu. “Você não precisa ser chefe, mas precisa saber cuidar de si e dos seus”, recomendou.
Alfredo Manuel, de 40 anos, residente no município da Samba, em Luanda, acrescentou que já se pode afirmar que a liderança na cozinha profissional tem sido associada aos homens. No entanto, as mulheres estão cada vez mais a conquistar espaço nos restaurantes e hotéis, dentro deste sector da gastronomia.