ANGOLA TENCIONA PARTILHAR ENERGIA COM PAÍSES DA SADC E DA ÁFRICA CENTRAL

O Presidente da República, João Lourenço, anunciou esta terça-feira, 28 de Outubro, em Luanda, que Angola pretende  partilhar energia eléctrica com os países da SADC e da África Central, caso surjam investidores interessados em construir as linhas de transporte necessárias, num modelo de parceria público-privada.

O Chefe de Estado falava durante a 3. Cimeira sobre o Financiamento de Infra-estruturas em África, que decorre na capital angolana, onde defendeu uma visão de integração energética continental, capaz de transformar o potencial nacional em desenvolvimento partilhado.

“A geração de energia eléctrica tem hoje capacidade para atender as necessidades do país. Não obstante, continuamos a investir, como demonstra a construção da grande barragem de Caculo Cabaça, que produzirá 2.172 megawatts”, destacou João Lourenço.

O Presidente revelou ainda que Angola possui um vasto potencial hidroeléctrico ainda por explorar. João Lourenço avançou que, caso sejam erguidas as barragens do Zenzo, Túmulo do Caçador e Luime, na bacia do rio Kwanza, poderão ser acrescentados 1.240 MW à capacidade nacional.

As futuras barragens de Cafula, do Benga e outras três de menor dimensão na bacia do rio Keve poderão somar 2.685 MW adicionais, enquanto as pequenas centrais previstas para o rio Longa têm potencial para mais 1.059 MW.

Na bacia do rio Cunene, os projectos de Baynes, Jamba ya Mina e Jamba ya Ombo poderão garantir outros 1.361 MW, sendo que a barragem de Baynes é um empreendimento binacional com a Namíbia, conforme avançou o Presidente da República.

No total, João Lourenço estima que estas potenciais fontes de energia hidroeléctrica poderão gerar mais de 8.000 megawatts adicionais, o que permitirá elevar a capacidade instalada do país para cerca de 14.845 MW nas próximas duas décadas.

Com este plano, Angola prepara-se não apenas para a autosuficiência energética, mas para tornar-se exportadora de energia limpa, uma nova frente estratégica para o futuro económico e geopolítico da região.

 LEIA TAMBÉM: ADMINISTRADORA DO CUITO APELA AOS GESTORES HOSPITALARES PARA MELHORAR O ATENDIMENTO APÓS VISITA SURPRESA